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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Oportunidade: mercado aquecido no setor ferroviário

Por: Caio Lauer



Não é novidade que, em função da crise financeira vivida até o ano passado, muitos perderam seus empregos. O segmento de ferrovias também foi afetado, principalmente na área de cargas porque houve queda de demanda em mineração, agricultura e siderurgia. Naquela altura, cerca de 3 mil trabalhadores ficaram fora do mercado entre o final de 2008 e início de 2009.


Passado o período turbulento, a economia brasileira voltou a crescer e houve uma retomada – a partir do segundo semestre do ano passado – dos postos de trabalho. Atualmente, são cerca de 13 mil profissionais atuando na área, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer). Porém, hoje as empresas do setor têm dificuldade em encontrar profissional com expertise ferroviária. “O maior desafio é encontrar pessoas qualificadas em operações (agentes de estação), maquinistas de locomotivas, mecânica e elétrica, manutenção de vias permanentes e as engenharias em um nível mais especializado”, indica o Coordenador do Comitê de Gente da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), Tarcísio Jaco Horn. Segundo ele, não existe um curso específico para engenheiros atuantes nas ferrovias e, no próprio mercado, essas competências são desenvolvidas, o que é ruim.

As ferrovias sem o capital humano necessário estão se adaptando com soluções caseiras e com custo altíssimo porque é necessário contratar profissionais que terão que ser desenvolvidos internamente para se enquadrarem nos negócios das empresas. Tarcísio observa que, por intermédio da ANTF - que congrega todas as ferrovias e concessionárias como a Vale, ALL, MRF e Transnordestina -, a Associação está procurando alternativas para capacitação dos profissionais e o primeiro passo foi procurar o Senai para formação básica. “Em ações em um nível mais estratégico, previstas já para 2011, haverá o contato com escolas técnicas de graduação e universidades federais”, observa.

Concessionárias estão bem estruturadas nas áreas administrativa, de engenharia e planejamento. A mão de obra de fábrica é o capital humano com maior necessidade, em função dos volumes maiores de produção. “Isso requer treinamento e, além do Senai, as empresas possuem seus centros de capacitação. Existem algumas que em épocas mais intensas de crise treinavam seus funcionários, deixavam-nos em casa, e, na primeira retomada de mercado, convocava esses profissionais”, lembra Vicente Abate, presidente da ABIFER – Associação Brasileira da Indústria Ferroviária. Vicente diz que em montagens de vagões utiliza-se muito os recursos de caldeiraria e soldagem e esse modelo de treinamento é muito utilizado nestes casos.

Confira as áreas com maior demanda:

Cargas: fabricantes dos vagões, locomotivas e componentes para essas plataformas. No caso de equipamentos desse segmento, que gera muitos empregos, existem três produtores de vagões que competem;

Passageiros: fabricantes de carros para transporte, equipamentos e sistemas para esse universo;

Engenharia: civil, voltada à parte da construção de malha ferroviárias, e mecânica (na parte de manutenção de vias, locomotivas e vagões);

Infraestrutura: fabricação de materiais para vias permanentes. A demanda é muito forte neste momento devido à expansão da malha ferroviária;

Operações: manutenção elétrica, maquinistas e técnicos de operação.

Retomada

As desestatizações do setor foram realizadas entre os anos de 1996 e 1998 e, há 13 anos, o setor, que estava deteriorado, com vias permanentes em situação muito ruim, com vagões e locomotivas ultrapassados e sem a manutenção adequada, teve uma melhora por conta das privatizações. Recentemente, foram investidos 24 bilhões de reais para a aquisição de vagões e locomotivas novos, recuperação da frota e a retificação das vias permanentes.

Concomitantemente, em função da maior mobilidade urbana, os governos estaduais e federal têm investido no transporte público. Em São Paulo, por exemplo, foram investidos no último governo mais de 23 bilhões de reais para expansão do Metrô e da CPTM. Outros estados como Rio de Janeiro e Distrito federal estão com planejamento nessas estruturas, principalmente por conta dos eventos de Copa do Mundo e Olimpíadas.


Fonte: Jornal Carreira & Sucesso - 410ª Edição

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