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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Artigo: O setor de transporte de cargas vai mal no Brasil... por que?

O setor de transporte de cargas vai mal no Brasil... por que?

Artigo escrito por Marco Antonio Oliveira Neves, Diretor da Tigerlog Consultoria e Treinamento em Logística Ltda

 

O setor de transporte de cargas vai mal há muito tempo. Desde meados da década de 90, com a ocorrência de profundas mudanças sócio econômicas, as Transportadoras vêm enfrentando grandes dificuldades.

 

Muitas Transporadoras acreditavam no seu glorioso passado, mas infelizmente não vimos concretizar a crença de que o sucesso passado garantiria um futuro promissor.

 

Hoje, diante de tantas dificuldades, muitos (não todos) empresários e profissionais do setor de transportes procuram identificar e crucificar os culpados. Nessa incansável busca pelos responsáveis, acabam desviando seu foco, como argumentarei abaixo.

 

Muitos entendem que fatores externos são os grandes responsáveis pela derrocada do setor. Atribuem as mazelas à falta de infraestrutura, culpando as estradas esburacadas, as ruas congestionadas, os excessivos gastos com pedágios, etc.

 

Outros complementam, acrescentando ainda a questão tributária, à indisponibilidade e à baixa qualidade da mão de obra, ao aumento dos custos com combustíveis, às multas excessivas, à falta de segurança e ao excesso do roubo de cargas, etc.

 

Alguns culpam a concorrência predatória e inescrupulosa. Que milagre estariam fazendo essas empresas para propor preços tão pouco competitivos na visão das Transportadoras?

 

Uma linha mais recente, aponta para os Clientes. Segundo alguns profissonais do setor, os Clientes são os grandes responsáveis por tudo de ruim que está acontecendo. Não há dúvida alguma que caminhões parados por horas e horas custam caro. Não há dúvida que longos prazos para pagamento sobrecarregam o fluxo de caixa das Transportadoras. Não há dúvida que embalagens ruins são mais suscetíveis a avarias. Mas, peraí, estaria o Transportador obrigado a trabalhar para essa extensa lista de clientes incompetentes? Ou sequer sabe ele, que esse Cliente mais lhe causa prejuízos do que lhe proporciona algum retorno? Ou pior ainda, sabe de tudo isso, mas insiste em mantê-lo!

 

Não há dúvida de que todos esses fatores realmente influenciam o setor. Mas, poucos, infelizmente, olham para dentro de suas empresas. Será que pararam para analisar que muitas Transportadoras sequer sabem calcular seus custos. E se não sabem calcular seus custos, como elaboram seus preços? Resumindo, como ganham dinheiro? Na tentativa e erro?

 

Será que perceberam, que em muitos casos, o caminhão, ao invés de se tornar um meio de ganhar dinheiro, na verdade, se transformou na única finalidade de muitas empresas? Quantas transportadoras optaram por renovar e ampliar suas frotas sem ter uma contrapartida garantida de serviços realmente rentáveis? Quantas não compraram caminhões simplesmente por comprar, motivadas por taxas atraentes, planos de longo prazo, vendedores ardilosos, etc?

 

E pior. Não hesitam em gastar R$ 500 mil em um caminhão, mas esbravejam ao ter que investir R$ 500 em um treinamento ou R$ 5.000 na contratação de um profissional diferenciado!

 

Quantas transportadoras permitiram que cargos estratégicos e técnicos fossem ocupados por parentes incompetentes e sanguessugas? Sim, esses mesmos parentes que ao perceberem que a vaca está indo para o brejo, serão os primeiros a cairem fora!

 

E o que falar de muitos sindicatos de transporte (não todos) que se transformaram em verdadeiros salões de beleza ou em passarelas para o desfile de belas modelos? Nunca se mentiu tanto na história deste país nas reuniões de muitos sindicatos. Enquanto mentem, fofocam e festejam, suas empresas perdem dinheiro! Afinal, quanto custa uma hora parada de um cavalo mecânico e de um semirreboque? Imagine se for um bitrem, rodotrem ou tritrem?

 

Não vamos generalizar obviamente, pois existe muita gente boa no comando das empresas nesse setor. Gente com visão, com atitude, com coragem, que investiu pesado em sua empresa, de forma quantitativa e qualitativa. Esses sim, podem, de verdade, reclamar de algumas coisas que fugiram de seu alcance. Podem questionar a ação dos desmoralizados e inócuos órgãos públicos. Podem até criticar seus Clientes (ou atualmente ex-Clientes), pois têm, em detalhes, o quanto custa ou custou a ineficiência operacional, que provavelmente não conseguiu repassar ao preço.

 

É claro que a corrupção da máquina estatal atinge o setor. É óbvio que a péssima gestão do setor público interfere nos resultados das transportadoras. Mas antes de culpar ciclano ou beltrano, vamos fazer a nossa lição de casa, isto é, se ainda houver tempo, pois presenciaremos, nos próximos 5 a 10 anos, o desaparecimento de verdadeiros ícones do setor. E olha que acredito estar sendo otimista com o prazo!

 

Não vai ser fácil. Nunca vai ser fácil. E não é para ninguém. Não é para o setor de calçados, nem para o setor têxtil, por exemplo, que batem de frente com produtos chineses. Mas vemos no nosso país exemplos muito bem sucedidos como Hering, Malwee, Marisol, Dudalina, Grendene, Arezzo, Alpargatas etc. Não é fácil para a Embraer, uma belíssima multinacional brasileira do setor aeronáutico, que luta pelo seu espaço entre gigantes como Airbus, Boeing, Bombardier, etc. Por que seria fácil para as Transportadoras?

 

Na prática, são todos hérois; alguns bem sucedidos, outros mal sucedidos. Foram heróicos ao insistir, ao acreditar, ao lutar, mas erram em querer atribuir todos os seus problemas aos fatores externos; sobre eles, não temos ação alguma; não depende de nós. Erram ao agir de forma passiva ou ao não enxergar os problemas internos.

 

Se não vai fazer nada e se vai ficar lamentando, é melhor sair! Dê espaço para gente competente. Se vai ficar, lute. Lute de forma inteligente. Só não fique parado. A inércia emburrece e mata!

 

Desculpe o desabafo e a franqueza, mas precisamos, definitivamente, melhorar a gestão das Transportadoras. Em paralelo, vamos continuar protestando, tentando, através dos meios corretos, conscientizar a sociedade e o poder público da importância que o setor de transporte de cargas tem para um país com dimensões gigantescas como o Brasil. A missão é árdua e longa!

 

Bom trabalho!

 

 

Agenda de Cursos 2015 - 1º Trimestre

TIGERLOG CONSULTORIA E TREINAMENTO EM LOGÍSTICA LTDA

 

Nos valores abaixo já estão inclusos o valor do IRRF, de 1,5%.

 

Curso

Data

Cidade /UF

Hotel

Preço

Melhores Práticas na Acuracidade de Estoques

Técnicas para Inventário Geral e Rotativo

03/02

(terça)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 750,00

Gestão de Custos Logísticos

04/02

(quarta)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 750,00

Excelência na Gestão Comercial em Prestadores de Serviços em Logística e  Transportes

03 e 04/02

(terça e quarta)

18:00 h - 22:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 720,00

Gestão da Atividade de Prevenção de Perdas no Transporte de Cargas - Como Reduzir e Controlar Avarias, Furtos e Extravios

23/02

(segunda)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Ibirapuera

R$ 750,00

Indicadores de Desempenho, Benchmarking e

Balanced Scorecard aplicados à Logística

24/02

(terça)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Ibirapuera

R$ 750,00

Gestão da Operação de Transportes

PCOT – Planejamento e Controle da Operação de Transportes

04/03

(quarta)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 750,00

Gestão de Alta Performance em Armazéns

05/03

(quinta)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 750,00

Custeio e Formação de Preços

para Carga Lotação e Fracionada

04 e 05/03

(quarta e quinta)

18:00 h - 22:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 720,00

Programação e Controle da Produção (PPCP) e Gerenciamento de Estoques

16 e 17/03 (segunda e terça)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Privilege Moema

R$ 1.250,00

Microsoft Excel aplicado à Logística

Nível Intermediário

21/03

(sábado)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Ibirapuera

R$ 600,00

Melhores Práticas na Gestão de Itens MRO (Manutenção, Reparos e Suprimentos Operacionais)

28/03

(sábado)

08:00 h - 17:00 h

São Paulo, SP

Mercure Ibirapuera

R$ 750,00

Inscrições através de treinamento@tigerlog.com.br .