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quinta-feira, 3 de março de 2011

Artigo:Vias no Estado carecem de melhorias

Pelo menos 85% das rodovias cearenses, independentemente de serem geridas pelo Governo Federal ou Estadual, estão em condições que variam de regular à péssima. Esse alarmante dado consta na Pesquisa CNT de Rodovias 2010, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte. A minoria das vias estaduais, de fato, possuem uma estrutura de trafegabilidade adequada, com pavimentação, sinalização e geometria suficientes. A situação torna-se ainda mais grave porque cerca de 60% das cargas no País são transportadas por estradas.
Mesmo que, a partir das sugestões constantes no PNLT, haja uma tendência de redução na participação do modal rodoviário, é indispensável que os investimentos na construção e recuperação de estradas e de outras obras de engenharia, como pontes e viadutos, sejam prioritários. Das dez melhores ligações rodoviárias do País, nenhuma está inserida no Ceará. As mais bem estruturadas são geridas por concessionárias, o que não ocorre por aqui.
 
Os principais projetos que devem trazer reforço às vias cearenses estão listados no último PNLT, que pode sofrer alterações à medida em que novas necessidades surjam. O mais oneroso, previsto pelo Plano, seria de adequação da capacidade da BR-222, em 190 quilômetros que ligam o município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), ao de Sobral, na Região Norte. A obra, orçada em R$ 370 milhões, está inserida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas só deve ficar pronta depois de 2015. O trecho vai beneficiar, dentre outros, o escoamento da produção calçadista do município sobralense.
 
Ainda estão previstas intervenções na BR-116 em vários trechos até as divisas com Pernambuco e Rio Grande do Norte, e também na BR-226. De menor monta, mas imprescindível para os produtores cearenses é a duplicação do Anel Rodoviário de Fortaleza, cujo investimento deve ser da ordem de R$ 189 milhões. A ideia inicial era de que o projeto, que liga os municípios de Eusébio, Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú e Caucaia, estivesse pronto ainda este ano, o que não deve ocorrer. A obra, de responsabilidade do Governo do Estado e do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) ainda está sendo projetada.
 
Intervenções estaduais
 
Nas CEs, os novos projetos previstos pelo governo do Estado, segundo informações da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), são o alargamento da CE 187, entre Viçosa e Ipu, beneficiando o escoamento da produção na região e a demanda turística; a duplicação de 65 quilômetros da CE-040, que liga Beberibe a Aracati, suprindo a forte movimentação de visitantes às praias do litoral leste; a duplicação das CEs 060 e 085, e ainda a readequação da CE-060.
 
Na primeira gestão do governador Cid Gomes, foram investidos R$ 1,3 bilhão para a restauração de 1.400 quilômetros de rodovias e implantação de mais 900 quilômetros. São somas vultosas, mas que ainda não são suficientes para transformar a realidade das rodovias que cortam o Ceará.
 
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizado no ano passado, mostrou que o Estado precisa de pelo menos R$ 5,9 bilhões somente para a melhoria das estradas federais.
 
"É preciso agilizar a duplicação do Anel Viário de vinculação das várias rodovias federais cobrindo todos os quadrantes do Estado (BR´s 116, 222, 020), realizar melhorias nas BR´s 230, 304, 122, 226, 402, 403 e 404 e expandir a duplicação das rodovias estaduais (CE´s 040, 065, etc). Deve-se atentar para uma ligação rodoviária de porte entre a Plataforma Aeroviária do Pinto Martins e o Anel Viário", opina o professor Bosco Arruda.
 
LOBBY AUTOMOBILÍSTICO
Predomínio do transporte rodoviário é antigo
 
A intenção de diminuir o domínio do meio rodoviário é positiva, mas difícil, apesar de o ir e vir de carros e caminhões pela estradas cearenses ser caro e envolver uma série de despesas, como combustível, lubrificantes, pneus, sem falar da desvantagem de poder carregar menos mercadorias. A concepção de infraestrutura mais voltada para o tráfego rodoviário é antigo. Data, mais ou menos, do governo do presidente Washington Luís, em 1926, com seu antológico lema "governar é construir estradas", que tinha como pano de fundo a instalação da indústria automobilística, o que iria vir a ocorrer menos de 30 anos depois.
 
"Devido ao histórico descaso com os demais modais, em face da atuação do lobby automobilístico na formação dos investimentos públicos, as indústrias de equipamentos dos modais ferroviário e aquaviário foram praticamente levadas à ruína", afirma o professor Bosco Arruda, ao explicar o predomínio do transporte rodoviário.
 
Segundo ele, o governo Lula tentou resgatar os outros modais com investimentos ferroviários e colocando a Transpetro como alavancadora da indústria naval nacional.
 
Fonte: Diário do Nordeste

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