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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Artigo: Centrais viram atacados

Centrais viram atacados
Por Fernando Salles - Via site SM
Centrais de negócios tornam-se atacados, montam centros de distribuição e passam a comprar com menor custo. por entregar num só local e emitir uma só nota fiscal, os fornecedores ganham eficiência e repassam isso às empresas
Cargas fechadas
Comprar da indústria grandes quantidades com um só CNPJ é um processo simples e que permite negociar bons preços para as centrais que se constituíram como empresas atacadistas. A iniciativa tem sido tratada como uma evolução natural das centrais sem fins lucrativos
Mais um caminhão chega lotado de mercadorias a um Centro de Distribuição de 2 mil m2 na cidade de São Vicente, litoral paulista, onde toda a carga será descarregada. A cena, hoje considerada comum, não ocorria até alguns anos atrás. Fechar uma carga completa da indústria não era simples para as 17 empresas, donas de 34 lojas, que compõem a central de negócios Rede Litoral, com associados na Baixada Santista e no Vale do Ribeira. O agrupamento em uma associação sem fins lucrativos, ainda na década de 90, fortaleceu as empresas, mas a virada veio mesmo há cerca de seis anos, com a decisão de transformar juridicamente a Rede Litoral em empresa atacadista. Com o CNPJ de atacado, que compra e vende produtos, veio um maior respeito por parte dos fabricantes. "O relacionamento com a indústria melhorou e hoje conseguimos bons preços", revela Omar Abdul Assaf, diretor financeiro da Rede Litoral. Em alguns casos, o preço de compra de determinados itens tornou-se 20% a 30% inferior ao praticado anteriormente, quando a distribuição dos produtos e a emissão de notas ocorriam empresa a empresa, com maior custo logístico e operacional para o fabricante. "Agora temos força para concorrer com Pão de Açúcar, Extra e Dia %", afirma o executivo. Os empresários de cada supermercado são sócios da empresa atacadista e dividem os custos da operação e da folha de pagamento dos 15 funcionários. Os bons preços negociados nas compras justificam o investimento.
Com a criação da nova figura jurídica e do Centro de Distribuição, a central também conquistou melhor nível de serviço das indústrias. Hoje, os associados contam com maior presença de promotores nas lojas e mais facilidade na troca de mercadorias.
"Juntos, os supermercados da Rede Litoral são uma vitrine para o consumidor de uma região importante, que recebe turistas de diversas partes do Brasil", afirma Assaf. "Se os fornecedores não venderem para esse grupo, sabem que poderão perder espaço para outras indústrias", afirma.
Os supermercados associados à Rede Litoral somaram em 2013 cerca de R$ 600 milhões em vendas, um crescimento de 10% em relação ao ano anterior. Elevar as vendas em dois dígitos tem sido regra nos últimos anos.
No interior paulista, a Rede Forte é outro exemplo de central que começou como associação sem fins lucrativos e optou por constituir CNPJ de empresa atacadista, tendo os supermercadistas associados como sócios – são 5 empresas donas de 13 lojas, no interior paulista e em Minas Gerais. Também para ela, foi bem mais vantajoso receber tratamento de atacadista e não de simples central de pequenos supermercados. "Antes, as indústrias ficavam com o pé atrás. Hoje, negociam em melhores condições e oferecem atendimento bem mais interessante, recorda Ronaldo Alberto Francioli, gerente de compras da Rede Forte. Cerca de 70% dos pedidos para as 11 lojas de São Paulo são feitos de forma centralizada. Desses, quase 50% são entregues no CD para depois serem distribuídos para as lojas. Os pedidos chegam faturados para a empresa atacadista, que revende para os supermercados associados. A equipe da central conhece o volume de cada item que cada loja necessita, mas tem autonomia para adquirir cargas maiores toda vez que o preço de compra se apresentar altamente vantajoso. Em média, a central consegue descontos em torno de 10%, percentual superior ao obtido antigamente, quando se faturava para cada supermercado individualmente. No depósito de mil m2, trabalham, além do gerente de compras, dois compradores, quatro funcionários administrativos e dez profissionais de logística.
Positivo também tem sido o impacto no sortimento de produtos. Algumas lojas ampliaram seu mix entre 20% e 30%, incluindo os lançamentos, que agora chegam mais rápido. Tudo porque, na condição de atacado, a empresa passou a ser atendida por um maior número de indústrias e por bem menos distribuidores, o que se tornou vantajoso. Afinal, muitos distribuidores cobravam preços elevados, o que espremia as margens de cada associado ou mesmo inviabilizava as compras. A única desvantagem é o nível de serviço oferecido pela maioria dos fornecedores. Ao contrário da Rede Litoral, a Forte nem sempre consegue repositores ou outros serviços. "Curiosamente, muitos enxergam apenas o CNPJ do atacado, sem reparar nas necessidades de cada associado", diz Ronaldo Francioli. "Mas a empresa vem trabalhando para mudar isso", acrescenta. A boa notícia é que a incidência de ruptura tem caído, melhorando os resultados dos supermercadistas. Rede Forte e Rede Litoral concordam que constituir um atacado foi uma evolução natural das centrais para ganhar maior competitividade e enfrentar a concorrência de grandes empresas. Também reforçam que os objetivos primários continuam valendo. Os supermercadistas trocam informações e compartilham boas práticas, e essa também é uma maneira de se fortalecer no mercado.

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