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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Artigo: Roteiros de entrega: Percursos inteligentes

    Por Fernando Salles
Redução entre 5% e 20% dos custos logísticos pode ser obtida com a boa execução das entregas do CD para as lojas. Entenda o que considerar ao definir os roteiros
Depois que as mercadorias chegam ao CD, é só mandar para as lojas. Mas esse processo não é tão simples assim. Quando mal feito, eleva os custos, causa ruptura nas gôndolas e necessidade de estoques maiores, o que impacta o capital de giro. Paulo Rago, CEO do Ceteal (Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística), explica que existem dois modelos principais de roteiro de entrega. O primeiro é o "vizinho mais próximo", no qual o caminhão distribui produtos da loja mais perto para a mais distante. Costuma funcionar bem em locais onde não há restrições de circulação nem grande incidência de engarrafamentos. O outro modelo é o inverso: as entregas começam pela filial mais distante e, a partir dela, o caminhão retorna abastecendo loja por loja até voltar ao CD. Esse formato pode permitir que o veículo esteja no contra-fluxo durante boa parte do percurso de volta, o que ajuda a otimizar o processo.
Escolher um desses modelos é uma definição básica, uma espécie de primeiro passo para aperfeiçoar o processo. Para isso, é preciso ter em mãos informações que mostram quando cada mercadoria deve ser despachada, o que depende de histórico de vendas, sazonalidade, presença de promoções, entre outros. De posse desses dados, deve-se considerar fatores que influenciam a produtividade operacional. "O trânsito na terça é diferente do trânsito na sexta", exemplifica Rago. E se um produto tem vendas concentradas nos fins de semana, pode ser o caso de se antecipar a entrega, para a gôndola já estar bem abastecida na sexta. A estrutura básica para cuidar do processo de envio do CD para as lojas, segundo o CEO do Ceteal, conta com ao menos um analista responsável pela programação das entregas e outro profissional com foco na roteirização propriamente dita.
Esse profissional fica, por exemplo, com o acompanhamento das mudanças nas condições de tráfego, interdição de ruas, obras, etc. É um trabalho analítico, que estuda o tempo de cada deslocamento, a produtividade dos caminhões, os custos de combustível e manutenção. É a partir dele que pode ser definida a ordem das entregas e até o caminho a ser traçado. Sem essa organização, a decisão dependerá só do feeling do motorista, o que pode atrapalhar as estratégias da empresa.
Tecnologia também contribui. Há no mercado softwares específicos para o setor de distribuição. Uma das empresas fornecedoras é a Target Sistemas, responsável pelo sistema Rota Plan, já testado entre distribuidores e que, a partir do começo de 2015, estará disponível também para supermercados. O roteirizador permite visualizar a localização das entregas, saber o tempo estimado e definir caminhos. A estimativa de tempo de deslocamento e recomendação de rotas são atualizados periodicamente por um parceiro especializado nesse monitoramento. "Com essa inteligência, a produtividade aumenta entre 25% e 30%", afirma Rafael Rojas Filho, diretor da Target Sistemas.
Com ou sem tecnologia, um profissional capacitado para analisar os dados é fundamental. Para Romualdo Teixeira, sócio da RTC Consultoria, a equipe deve saber o que priorizar. Nas zonas críticas de tráfego, por exemplo, o ideal é o caminhão circular em horários alternativos para evitar degradação da carga e minimizar custos, como o de combustível. "O melhor percurso nem sempre é o menor", ressalta. O sócio da RTC também recomenda uma análise específica para casos em que o mesmo caminhão que entrega é usado para trazer cargas de volta. "Dependendo do volume reverso, a primeira entrega pode ser feita na loja com quantidade maior, e não a mais próxima ou a mais distante no ciclo", afirma. A ideia é liberar espaço no caminhão, o que facilita a manipulação da carga e torna o processo mais rápido. São essas análises detalhadas que evitam, inclusive, a incidência de horas extras. E qualquer redução de custo no varejo impacta diretamente o lucro.
Etapa inicial
definir modelo de roteiro da rede
Etapa 02avaliar fatores que influênciam produtividade
Primeiro a entrar no caminhão é o último a ser entregue
Independentemente da estratégia de roteirização, a regra do "primeiro a entrar no caminhão, último a sair" deve ser respeitada. Segundo Rafael Rojas Filho, diretor da Target Sistemas, esse cuidado em organizar o veículo conforme a ordem das entregas pode agilizar em até 10% o tempo gasto para descarregar as mercadorias, em comparação com o mesmo trabalho feito sem esse cuidado. Para Romualdo Teixeira, da RTC Consultoria, outra decisão que agiliza o recebimento é passar para as lojas uma agenda de entregas programadas, para a equipe se preparar para receber rapidamente os produtos no momento da entrega. Alimentos perecíveis precisam estar no topo das prioridades de recebimento.

Etapa 03
avaliar condições do trânsito
Nem toda economia é válida 
Tentar economizar com pedágio pode dar apenas uma falsa sensação de corte de gastos, alerta Romualdo Teixeira, da RTC Consultoria. Antes dessa decisão, é preciso estudar bem quais seriam as rotas alternativas sem pedágio. Muitas delas podem apresentar péssimas condições, como estradas esburacadas. A longo prazo, pode elevar demais as despesas com manutenção do veículo. Outros riscos associados a caminhos alternativos é a maior incidência de furtos e acidentes.
Etapa 04definir melhor ordem de entrega e rota
Atenção a horas extras 
Ainda há empresas que sobrecarregam motoristas com um número excessivo de entregas, obrigando-os a elevar a carga horária. Para muitas companhias, horas extras constantes não são consideradas um problema, uma vez que os custos ainda costumam ser mais baixos do que expandir a frota. Mas esse é um raciocínio incorreto. Paulo Rago, do Ceteal, lembra que motoristas sobrecarregados tendem a perder a capacidade de concentração, o que pode causar acidentes graves. Além de arriscado e desrespeitoso com os profissionais, um número excessivo de horas extras mostra que há uma falha na estratégia da empresa. "É a mesma lógica do trabalho temporário. Se a empresa precisa o tempo todo de temporários, é porque as vagas deixaram de ser temporárias", compara. Ou seja, se a regra é de muitas horas extras constantemente, passou da hora de reforçar frota e equipe. E lembre-se sempre de respeitar o número de horas e intervalo entre as jornadas previstos na legislação.
Etapa finalentrega rápida nas lojas
Frangolândia adota Round Trip 
Há dois anos, quando inaugurou uma loja na cidade de Tianguá, a rede cearense Frangolândia, com sede na capital Fortaleza, adotou uma estratégia para otimizar a produtividade de seus caminhões de entrega. Como a unidade fica na Serra da Ibiapaba, região produtora de hortifrútis, os veículos próprios que seguiam até lá entregando mercadorias passaram a voltar abastecidos de FLV direto do produtor. Sem atravessador, alguns produtos puderam, na época, ser adquiridos até por um quarto do preço anterior. Essa prática de otimizar a ida e o retorno dos veículos é conhecida como round trip. "Esse é o sonho de toda rede", resume Paulo Rago, do Ceteal. Quando possível, vale adotá-la, mesmo que seja em parceria com fornecedores ou distribuidores.
Fonte-http://www.sm.com.br

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