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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Artigo: Diversificar e integrar matriz de transportes é desafio no CE

Por:DIEGO BORGES
 
Muito já foi feito, mas ainda outros projetos têm de sair do papel para aprimorar a cadeia
produtiva estadual

O Ceará passa por uma fase peculiar de sua história. Neste momento, grandes
empreendimentos estruturantes são articulados para que sejam instalados no Estado. Sonhos
de pelo menos quatro décadas, como a siderúrgica, assim como a refinaria, termelétricas,
dentre outros projetos, começam, aos poucos, a tomar forma. Sem falar do maior evento
futebolístico do planeta, a Copa do Mundo de 2014, da qual Fortaleza é uma das cidades-sede.
Mas tudo isso necessariamente não pode prescindir de uma infraestrutura de transportes
eficiente, integrada com o planejamento territorial da região, em sintonia com o meio
ambiente e que acomode ainda todos os modais necessários ao ir e vir de pessoas e de
mercadorias.

Muito já foi feito, mas ainda mais projetos precisam sair do papel para que haja o
aprimoramento da cadeia. O Estado precisa investir bastante para a melhoria da infraestrutura
rodoviária, degradada e sufocada; da malha ferroviária, pobre em capilaridade e integração
com os demais modais; dos aeródromos, no limite da operação com o crescimento da
demanda, impulsionada pelo aumento da renda; e da portuária, que apesar dos avanços, ainda
requer mais aportes.

Investimento de R$ 19 bi

Mais de R$ 19 bilhões precisam ser investidos para a recuperação e inovação da malha
logística estadual. O valor mensurado consta no Plano CNT de Transporte e Logística 2011,
elaborado pela Confederação Nacional do Transporte, e inclui, da mesma forma, projetos
para o melhoramento da mobilidade urbana na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a
exemplo do Metrô de Fortaleza, malha viária e os Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs).

Quase R$ 10 bilhões devem ser necessários somente para intervenções relacionadas à
melhoria dos meios de escoamento da produção. Este número está presente no relatório de
2009 do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), último a ser divulgado. O Plano é
fundamental por trazer à tona o planejamento de longo prazo para o setor, tão esquecido
desde o início da década de 90. Concebido a partir de 2006 pelo governo federal, foi com
ele que começou efetivamente a se pensar em mudanças na atual matriz de transportes,
dominada pelo modal rodoviário, visando um maior equilíbrio, a exemplo de outros países

desenvolvidos. Uma das principais metas é justamente dar destaque ao meio ferroviário e
aquaviário.

Mudança de perfil

Portanto, no caso do Ceará, a Ferrovia Transnordestina terá papel fundamental para uma
modificação nas relações de transporte em voga. A sua implantação deverá auxiliar o modal a
alcançar, até 2025, a participação de 35% dentre todas as matrizes de transporte, superando
inclusive a rodoviária, que teria cerca de 30% de inserção. Os meios aquaviários atingirão 29%
nesse ano, conforme o intento. Bem diferente da realidade encontrada no País. Conforme
dados de 2005 inseridos no PNLT, a participação do transporte rodoviário é de quase 60%,
contra 25% do ferroviário e 13% do aquaviário, um contrassenso, tendo em visa as dimensões
continentais do Brasil, seus extensos rios e litoral.

Mas até que se chegue a esses índices, várias intervenções em estradas, portos, aeroportos
e ferrovias serão necessárias, que já estão elencadas na pauta de execuções do governo, nas
instâncias federal, estadual e municipal, ou que precisam ainda ser postas como prioridade,
pois são demandadas pela própria sociedade, incluindo especialmente o setor produtivo.

De acordo com o professor João Bosco Furtado Arruda, do Departamento de Engenharia de
Transportes e do Mestrado em Logística e Pesquisa Operacional da Universidade Federal do
Ceará (UFC), a elaboração do PNLT no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um
passo contrário ao dado por governos anteriores, que desativaram importantes instrumentos
de planejamento e execução de políticas para o setor de transportes, como a Empresa
Brasileira dos Transportes Urbanos (EBTU) e a Empresa de Portos do Brasil S.A (Portobrás),
deixando que o mercado tomasse as decisões necessárias para a resolução dos gargalos na
infraestrutura brasileira.

Retomada do planejamento

"O PNLT constitui um resgate do planejamento estatal, em bases científicas, realizado na
segunda gestão do Governo Lula, que busca otimizar a alocação de recursos do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC), no que tange ao setor logístico nacional. Ele sugere
correções na matriz modal brasileira, aproximando-a da racionalidade encontrada nas matrizes
dos países desenvolvidos de dimensões continentais como o nosso", explica Arruda, que
ainda é líder do Grupo de Estudo e Pesquisa em Infraestruturas de Transporte e Logística
da Energia (GLEN/UFC). Assim, em breve, a pretensão é que o modal mais poluente, menos

produtivo e adequado para longos percursos e grandes volumes, que é o rodoviário, dê lugar a
matrizes mais econômicas e que gerem maior competitividade dos produtos nacionais, tanto
no mercado interno como externo.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)DIEGO BORGES

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